O Yezda Urfa é uma pérola do rock progressivo underground
que levou o estilo ao seu limite, compondo músicas extremamente complexas com
arranjos que lembram muito o Yes do começo da década de 70 e o Gentle Giant, inclusive
nas suas vocalizações intrincadas, como pode ser conferido na faixa Flow Guides Aren’t My Bag, aqui.
Capa da demo Boris (1975) |
A história dos americanos começou no final de 1973, quando
seus integrantes ainda cursavam o ensino médio. Depois mais de um ano de
ensaios, shows e gravações caseiras, era hora de dar um passo adiante. Todos se
reuniram nos estúdios da Universal Recording, em Chicago, e gravaram todas as
faixas de Boris em apenas alguns
dias. Foram prensadas 300 cópias da demo que serviria como material de
divulgação. A banda enviou o primeiro registro para várias companhias,
inclusive viajaram até Nova Iorque para tentar a sorte distribuindo alguns
exemplares de porta em porta nas grandes gravadoras e rádios.
Porém, todo o esforço foi em vão. Em 1975 ninguém estava
interessado em contratar bandas que apresentavam um som tão complexo e
detalhado como o que o Yezda possuía, já
que todos estavam apostando suas fichas na Disco Music. O máximo que
conseguiram foram algumas transmissões em pequenas rádios de Chicago, como a
Triad e a WXRT.
Capa de Sacred Baboon (1989) |
Depois do fracasso, no início de 1976 decidiram gravar um
álbum chamado Sacred Baboon no Hedden
West Recorders, na cidade de Schaumburg, Illinois, visando ganhar mais
visibilidade. Com 75% do disco já finalizado, a Dharma Records mostrou interesse
em contratá-los, marcando uma reunião em sua sede na pequena Lybertyville, um subúrbio ao norte de Chicago. Porém o contrato que lhes foi
oferecido não era nada atraente: a banda teria que terminar de bancar os custos
da gravação, bem como os da divulgação do disco. Depois de um tempo pensando,
decidiram recusar o acordo.
Nesse segundo registro
eles lapidaram algumas faixas do Boris
e ainda compuseram algumas novas. Mesmo soando mais inspirado e melhor gravado do que a demo, ninguém deu atenção aos americanos novamente. Depois de mais alguns
anos tocando em pequenas casas e compondo canções esparsas, em 1981 decidem por
um ponto final em sua história, priorizando outros trabalhos mais
rentáveis e a vida em família.
Em 1989, Boris
chegou nas mãos de Peter Stoller numa loja de disco em que trabalhava. Atraído pela alta qualidade do material, levou o disco para Greg Walker, executivo da
Syn-Phonic, que procurou a banda e resolveu colocar no mercado Sacred Baboon pela primeira vez, treze
anos depois de engavetado. Em 2002, a mesma gravadora relançou Boris. Existe ainda um ao vivo lançado
em 2010 intitulado Live Nearfest 2004,
contendo um show de reunião registrado no festival prog Nearfest nos EUA.
Hoje, o Yezda Urfa permanece inativo e desconhecido para o
grande público, mas faz a cabeça dos aficionados por Yes, Gentle Giant, Echolyn
e progressivo dos anos 70 em geral.
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