terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Dark Side Of The Prog: Yezda Urfa




O Yezda Urfa é uma pérola do rock progressivo underground que levou o estilo ao seu limite, compondo músicas extremamente complexas com arranjos que lembram muito o Yes do começo da década de 70 e o Gentle Giant, inclusive nas suas vocalizações intrincadas, como pode ser conferido na faixa Flow Guides Aren’t My Bag, aqui.

Capa da demo Boris (1975)
A história dos americanos começou no final de 1973, quando seus integrantes ainda cursavam o ensino médio. Depois mais de um ano de ensaios, shows e gravações caseiras, era hora de dar um passo adiante. Todos se reuniram nos estúdios da Universal Recording, em Chicago, e gravaram todas as faixas de Boris em apenas alguns dias. Foram prensadas 300 cópias da demo que serviria como material de divulgação. A banda enviou o primeiro registro para várias companhias, inclusive viajaram até Nova Iorque para tentar a sorte distribuindo alguns exemplares de porta em porta nas grandes gravadoras e rádios.

Porém, todo o esforço foi em vão. Em 1975 ninguém estava interessado em contratar bandas que apresentavam um som tão complexo e detalhado como o  que o Yezda possuía, já que todos estavam apostando suas fichas na Disco Music. O máximo que conseguiram foram algumas transmissões em pequenas rádios de Chicago, como a Triad e a WXRT.

Capa de Sacred Baboon (1989)


Depois do fracasso, no início de 1976 decidiram gravar um álbum chamado Sacred Baboon no Hedden West Recorders, na cidade de Schaumburg, Illinois, visando ganhar mais visibilidade. Com 75% do disco já finalizado, a Dharma Records mostrou interesse em contratá-los, marcando uma reunião em sua sede na pequena Lybertyville, um subúrbio ao norte de Chicago. Porém o contrato que lhes foi oferecido não era nada atraente: a banda teria que terminar de bancar os custos da gravação, bem como os da divulgação do disco. Depois de um tempo pensando, decidiram recusar o acordo.

Nesse segundo registro eles lapidaram algumas faixas do Boris e ainda compuseram algumas novas. Mesmo soando mais inspirado e melhor gravado do que a demo, ninguém deu atenção aos americanos novamente. Depois de mais alguns anos tocando em pequenas casas e compondo canções esparsas, em 1981 decidem por um ponto final em sua história, priorizando outros trabalhos mais rentáveis e a vida em família.

Em 1989, Boris chegou nas mãos de Peter Stoller numa loja de disco em que trabalhava. Atraído pela alta qualidade do material, levou o disco para Greg Walker, executivo da Syn-Phonic, que procurou a banda e resolveu colocar no mercado Sacred Baboon pela primeira vez, treze anos depois de engavetado. Em 2002, a mesma gravadora relançou Boris. Existe ainda um ao vivo lançado em 2010 intitulado Live Nearfest 2004, contendo um show de reunião registrado no festival prog Nearfest nos EUA.

Hoje, o Yezda Urfa permanece inativo e desconhecido para o grande público, mas faz a cabeça dos aficionados por Yes, Gentle Giant, Echolyn e progressivo dos anos 70 em geral.